Entenda as Causas, Impactos e Como Recuperar Sua Saúde e Bem-Estar

A diástase abdominal, ou simplesmente diástase, é uma condição que afeta muitas mulheres, principalmente após a gestação. Embora seja frequentemente associada à gravidez, a diástase pode ocorrer em outras situações e, muitas vezes, é negligenciada até se tornar um problema significativo na vida da mulher. Neste artigo, abordaremos as causas dessa condição, os impactos que ela pode ter na vida das mulheres, as formas de preveni-la e as opções de tratamento mais eficazes. Para dar uma visão especializada, também incluiremos uma citação de um renomado especialista no tema.
O Que é Diástase?
A diástase abdominal é a separação dos músculos retos do abdômen, que se localizam na parte frontal do tronco. Durante a gestação, o aumento do volume abdominal faz com que esses músculos se distendam, podendo levar a uma separação. Embora isso seja normal durante a gravidez, em algumas mulheres essa separação não se fecha completamente após o parto, levando a uma condição conhecida como diástase pós-parto.
No entanto, a diástase não ocorre apenas em mulheres grávidas. Outros fatores, como obesidade, atividades físicas inadequadas ou mesmo envelhecimento, podem contribuir para o desenvolvimento dessa condição.
Causas da Diástase
A diástase tem como principal causa a pressão intra-abdominal excessiva, que força os músculos abdominais a se separarem. Alguns fatores que podem contribuir para isso incluem:
1. Gravidez:Durante a gestação, especialmente no terceiro trimestre, o útero aumenta significativamente de tamanho. Isso faz com que os músculos abdominais se estiquem para acomodar o crescimento do bebê, podendo resultar na separação dos músculos retos do abdômen. Quanto mais gravidezes uma mulher tiver, maior é a probabilidade de desenvolver diástase.
2. Obesidade: O acúmulo excessivo de gordura abdominal pode aumentar a pressão interna na região abdominal, contribuindo para a separação dos músculos.
3. Exercícios inadequados: Realizar exercícios de forma incorreta, principalmente os que envolvem a musculatura do abdômen, pode gerar um aumento da pressão interna. Alguns exercícios abdominais mal executados podem agravar a condição de diástase, sem fortalecer os músculos como esperado.
4. Envelhecimento: Com o passar dos anos, a elasticidade da pele e dos músculos diminui, o que pode tornar os músculos abdominais mais suscetíveis à separação.
5. Fatores genéticos:Algumas mulheres têm uma predisposição genética para desenvolver diástase, devido à característica de seus tecidos conjuntivos, que podem ser mais frágeis ou flexíveis.
Impactos da Diástase na Vida da Mulher
Embora muitas mulheres considerem a diástase uma condição puramente estética, ela pode ter impactos significativos na saúde física e mental. Entre os principais efeitos estão:
1. Problemas Posturais: A diástase pode afetar a postura, já que a separação dos músculos abdominais dificulta o suporte adequado para a coluna vertebral. Isso pode levar a dores nas costas e alterações posturais, como a inclinação da pelve para frente (hiperlordose).
2. Fraqueza Abdominal e Prolapso de Órgão*: A separação muscular compromete a função do core, responsável por estabilizar a coluna e os órgãos internos. Isso pode resultar em problemas de continência urinária, dificuldade para controlar a bexiga e até prolapso de órgãos pélvicos, especialmente se a condição não for tratada corretamente.
3. Estresse e Ansiedade: A aparência do abdômen pode afetar a autoestima e a imagem corporal da mulher. A preocupação com a aparência física pode gerar estresse emocional, especialmente após a gravidez, quando a mulher pode sentir uma pressão social para “voltar ao corpo de antes”.
4. Dor e Desconforto: A diástase pode causar dor abdominal, sensação de desconforto e até sensação de barriga “mole” ou “flácida”, já que os músculos não estão mais funcionando de forma eficiente.
5. Dificuldade em Retomar Atividades Físicas: Mulheres com diástase muitas vezes encontram dificuldades para retomar atividades físicas pós-parto, já que certos exercícios podem agravar a separação muscular, como abdominais tradicionais e levantamento de peso.
Como Prevenir a Diástase
A prevenção da diástase envolve o cuidado com a pressão exercida sobre a região abdominal, tanto durante a gestação quanto no pós-parto. Algumas dicas incluem:
1. Exercícios adequados durante a gravidez: Durante a gestação, o fortalecimento da musculatura do core, por meio de exercícios específicos para a gravidez, pode ajudar a reduzir a separação muscular. Técnicas de respiração e alongamento também são importantes para aliviar a pressão na área abdominal.
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2. Evitar ganho excessivo de peso: O aumento exagerado de peso durante a gestação ou em outras fases da vida pode aumentar a pressão sobre os músculos abdominais, favorecendo o desenvolvimento da diástase. Manter um peso saudável é uma forma eficaz de prevenção.
3. Fortalecer a musculatura abdominal de forma correta: Após o parto, a prática de exercícios que fortaleçam a musculatura abdominal de forma adequada, como os que não aumentam a pressão interna, pode ajudar a evitar ou tratar a diástase. Evite realizar exercícios como abdominais tradicionais logo após o parto, pois eles podem agravar o problema.
4. Cuidado com os movimentos do dia a dia: Ao levantar objetos ou realizar atividades físicas, é importante aprender a proteger a região abdominal, ativando a musculatura do core para evitar pressão excessiva.
Tratamentos para Diástase
O tratamento para a diástase pode variar dependendo da gravidade da condição e dos sintomas apresentados. Em casos leves, a reabilitação através de exercícios pode ser suficiente. No entanto, para casos mais graves, outras abordagens podem ser necessárias.
1. Fisioterapia: O tratamento mais comum para a diástase é a fisioterapia, especialmente a fisioterapia pélvica. O fisioterapeuta especializado pode ensinar exercícios específicos para fechar a separação dos músculos abdominais, fortalecer o core e melhorar a postura.
2. Cirurgia: Em casos de diástase grave, onde os músculos não conseguem se aproximar novamente com exercícios, a cirurgia pode ser uma opção. A cirurgia de correção da diástase é conhecida como abdominoplastia, e consiste na sutura dos músculos abdominais, além da remoção do excesso de pele.
3. Uso de cintas ou faixas: Algumas mulheres optam por usar cintas ou faixas para auxiliar no suporte da musculatura abdominal, principalmente durante o pós-parto. Esses acessórios podem ser úteis para proporcionar alívio temporário, mas não substituem o tratamento adequado.
A Visão de um Especialista
De acordo com o Dr. Pedro Barbosa, fisioterapeuta especialista em saúde pélvica, “A diástase não é apenas uma questão estética. Ela pode afetar diretamente a qualidade de vida das mulheres, causando dores e dificuldades físicas. O tratamento precoce e a conscientização sobre a importância do fortalecimento abdominal e da postura são essenciais para evitar complicações no futuro”.
Conclusão
A diástase é uma condição que afeta muitas mulheres, especialmente após a gravidez, mas pode ocorrer em outros contextos. É importante que as mulheres se informem sobre as causas e os impactos dessa condição, bem como as melhores formas de preveni-la e tratá-la. Com a orientação adequada, seja por meio de exercícios corretos ou tratamentos médicos, a diástase pode ser controlada, permitindo que a mulher recupere sua saúde e bem-estar.